O caso mais recente é o das eleições na Região Autónoma da Madeira, mas o histórico de previsões eleitorais falhadas é já longo. Por exemplo, a poucos dias das eleições legislativas de 2022, a previsão mais frequente da comunicação social portuguesa era de empate técnico. Nenhuma sondagem previu uma maioria absoluta. O mesmo erro tem-se repetido um pouco por todo o mundo. A TV quer dar-nos a ilusão de que consegue antecipar o futuro mas esconde a complexidade dos estudos de opinião. Luís Paixão Martins, o autor de Como Perder uma Eleição, que tem neles um dos seus instrumentos de trabalho, traça-lhes a evolução histórica — uma história fascinante e pouco conhecida — e faz a autópsia do que está a correr mal, analisando à lupa um caso concreto recente. Chegou a altura de denunciar que temos um problema com as sondagens. Ou melhor, com a bola de cristal em que a comunicação social as transformou. Os media servem-nos doses cada vez maiores de sondagens. Aquilo que passa por informação transformou-se em conteúdo político. Uma bola de cristal atrevida e avariada.
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